Responsável:
António Pedro Andrade Vicente |
O núcleo equino da Escola
Superior Agrária de Santarém (ESAS) é constituído por cinco garanhões
de raça Sorraia, cedidos pela Companhia das Lezírias através de
protocolo celebrado com esta instituição. Para além destes cinco
garanhões, a ESAS é proprietária de duas éguas a Fiona e a Gioconda, a
primeira nascida em 2010 e a segunda em 2011.
O efectivo reprodutor feminino encontra-se a campo, fazendo uma rotação pelas diferentes folhas de pastagem disponíveis para o efeito, muitas das vezes em conjunto com o núcleo de ovinos Merino Branco. Os
garanhões estão permanentemente estabulados nas boxes existentes nas
cavalariças, mas são frequentemente soltos durante o dia e fora do
período de
lições nos 2 paddocks
disponíveis para
o efeito.
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A Raça Sorraia |
O cavalo Sorraia, animal de pequeno porte e com características muito particulares e únicas no mundo, é uma raça equina autóctone portuguesa. O nome de Sorraia deve-se ao facto destes animais terem sido vistos pela primeira vez, pelo Dr. Ruy Andrade, no vale dos rios Sor e Raia, que constituem um dos principais afluentes do rio Tejo - o Sorraia. Julga-se que este equídeo é um reminiscente ancestral selvagem do cavalo ibérico da região quente e meridional, existindo na Península Ibérica desde o Paleolítico Médio. Este animal, de tipo primitivo devido à sua grande capacidade de resistência e grande adaptação ao local onde se desenvolveu, nem sempre nas melhores condições meteorológicas e alimentares, foi o único que conseguiu subsistir, daí podendo-se concluir que será o mais antigo, autóctone e melhor adaptado ao local onde foi encontrado. O Sorraia é, sem dúvida, uma das raças europeias que apresenta mais caracteres primitivos. A sua pelagem é maioritariamente cinza-rato, lazão-pardo ou ainda baio-pardo, com crinas bicolores. Apresenta as extremidades (cabos) mais escuras, lista de mulo e lista crucial e ainda zebruras nos membros, como frequentemente assinaladas nas pinturas paleolíticas. A todas estas características ainda acresce o facto de as orelhas, orladas de pêlos mais escuros, apresentarem uma zona apical mais clara, típica de animais selvagens com características gregárias, para facilitar a localização mútua. Importa referir a importância da preservação desta raça, sendo uma das raças menos numerosas e em maior perigo de extinção em todo o mundo, não ultrapassando os 300 indivíduos, sendo o número de éguas reprodutoras cerca de 140 animais. Um problema relevante e que se tem vindo a acentuar neste cavalo primitivo é o aumento da consanguinidade média da população e a perda da variabilidade genética, fruto de uma população de reduzidíssimo número e ainda, de possíveis incorrecções no maneio dos acasalamentos dos animais. Nos últimos anos temos, no entanto, assistido a uma boa gestão da sua reduzida variabilidade genética, com manutenção dos níveis de consanguinidade.
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Garanhões |
O cavalo
É- Único é o mais jovem,
pois nasceu em 2009, e já é um produto resultante do trabalho de
preservação e conservação da ESAS visto ter nascido nestas instalações
e será utilizado, no final do desbaste e habituação às rotinas da
escola, nas aulas de equitação e futuramente como reprodutor. Tem
revelado até ao momento um bom carácter e grande generosidade. É filho
do garanhão Uhipi pertencente a este núcleo equino. |
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O
Ziano e o Zoado são irmãos de peara e nasceram
em 2004. Ambos são utilizados nas aulas de equitação e em apresentações
da raça Sorraia e apresentam boa constituição física e potencial
desportivo.
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O Xearas, nascido em 2003, é utilizado
nas aulas de equitação particularmente no volteio mas também nas aulas
de sela e no âmbito da Equitação Especial, através de protocolo com a
APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente
Mental). Foi o primeiro Sorraia a nascer na ESAS após a constituição
deste núcleo equino. Uhipi nascido no ano de 2001, é pai do É-Único e apresenta grande maturidade e disponibilidade para as aulas de equitação e mesmo apresentações da raça Sorraia. |